Os habitantes do ecossistema, de acordo com o conceito Educação Digital
O conceito Educação Digital, é entendido como um movimento entre atores humanos [os professores/pedagogos, que desenham atividades e tutorizam processos, mediando a interação com as tecnologias; o alunos, que são protagonistas das suas aprendizagens e participam ativamente em múltiplos ambientes; e os gestores e técnicos, que garantem infraestruturas, formação contínua e enquadramento legal], e não humanos [as plataformas e softwares, que atuam como “ambientes” e “atores” na rede de comunicação e os recursos digitais, que permitem personalização e auto-ritmo] e que coexistem e se articulam em comunicação direta (Moreira & Schelmmer, 2020).
Repensar os conceitos e paradigmas
A educação híbrida, ao integrar abordagens tradicionais e novas, possibilita uma aprendizagem mais abrangente, ativa, contextualizada e inclusiva. A sua eficiência requer uma cuidadosa preparação para organizar os métodos de maneira consistente, assegurar uma adequada formação para os professores e fomentar a inclusão digital e pedagógica. A investigação e a análise constante são fundamentais para melhorar essas práticas, para que elas se ajustem às mudanças sociais e tecnológicas contemporâneas.
Impactos positivos das metodologias integradas na educação híbrida
Entre os benefícios das abordagens integradas na Educação Híbrida, destacamos a flexibilidade, que possibilita aos alunos aprenderem em horários, ritmos e locais variados, adaptando-se às suas realidades específicas; a diversificação dos estilos de aprendizagem, atendendo alunos com diferentes preferências — visual, auditiva, cinestésica — por meio de uma gama de métodos e recursos; um aumento no envolvimento, compromisso e autonomia, pois estamos diante de metodologias ativas que promovem o protagonismo do aluno e o desenvolvimento de competências (soft skills) essenciais para o século XXI, como colaboração, criatividade e pensamento crítico; e, finalmente, a capacidade de inclusão e acessibilidade, pois a combinação de ferramentas digitais e presenciais pode satisfazer as necessidades de estudantes com diversas condições e contextos sociais.
Metodologias que permitem que cada aluno se sinta protagonista e ator do seu processo de aprendizagem
As metodologias ativas, permitem que o aluno se envolva na elaboração de projetos autênticos e relevantes, promovendo a autonomia, a imaginação e a cooperação. No ambiente híbrido, essa estratégia aproveita a fusão de recursos digitais — empregados em pesquisa, comunicação e apresentação — com interações pessoais, aprimorando o processo de aprendizagem. também permite que ao aluno focar-se na solução de problemas complexos, estimulando o pensamento crítico e a independência dos alunos. A combinação dos espaços presencial e online possibilita a condução de discussões tanto em tempo real quanto em momentos diferentes, expandindo as oportunidades de reflexão e aprofundamento dos tópicos. Um dos exemplos é a Sala de Aula Invertida propõe aos estudantes apreensão da matéria de estudo antecipadamente, através de vídeos, leituras e quizzes online, enquanto o tempo presencial é utilizado para debates, resolução de dúvidas e prática aplicada. Esta abordagem facilita a adaptação do ritmo de aprendizagem de cada aluno, tendo em conta as suas particularidades.
Geração "An-Di" (Analógicos - Digitais)
O termo refere-se aos indivíduos que cresceram num ambiente analógico, mas que souberam fazer a transição para o digital de forma eficaz. Estes não apenas dominam as ferramentas digitais, como também compreendem o valor das estruturas e processos do passado. Mais do que uma mera adaptação, a geração "An-Di" representa um elo essencial entre duas eras, trazendo consigo uma visão crítica e contextualizada da transformação digital. A vantagem dos "An-Di" reside na sua capacidade de integrar o melhor dos dois mundos. Ao contrário dos nativos digitais, que muitas vezes têm acesso imediato à tecnologia sem compreenderem a sua evolução, os "An-Di" viveram a transformação. Para saber mais: https://www.sapo.pt/opiniao/artigos/geracao-an-di-o-equilibrio-entre-o-analogico-e-o-digital
Espaços e práticas educativas
Ao valorizar essa pluralidade de espaços e práticas educativas, estaremos não apenas a adaptar-nos às exigências contemporâneas, mas a desenhar um futuro educativo mais inclusivo, flexível e eficaz.
A Cidade como espaço educativo. Um exemplo feliz
De acordo com o defendido no artigo em anexo, todas estas localidades possuem uma potencialidade educativa e para serem efetivadas necessita de um direcionamento de atividades para que o docente possa utilizar em sua prática. O objetivo do artigo, é incentivar a identificação de localidades que proporcionam condições para a realização de atividades educativas e relacionar estes locais com alguns componentes curriculares escolares. https://publica.ciar.ufg.br/ebooks/eleb-2019/2_artigos/b023.html
Combinar, integrar, interagir e proporcionar uma educação cada vez mais híbrida
A educação híbrida não se resume apenas à combinação de elementos presenciais e online; representa um ecossistema educacional onde artefatos físicos (cadernos, livros, recursos manipuláveis) e ferramentas digitais (videoconferência, aplicativos colaborativos) interagem para proporcionar experiências multissensoriais, distribuídas temporal e espacialmente.
The Onlife Manifesto
No The Onlife Manifesto (FIORIDI, 2015), defende-se o fim da distinção entre o offline e o online, ao chegar-se à conclusão que as tecnologias digitais e as redes de comunicação não podem ser encaradas como meras ferramentas, instrumento, recurso, apoio, mas forças ambientais que, cada vez mais, afetam a nossa auto-conceção (quem somos), as nossas interações (como socializamos), como ensinamos e como aprendemos, enfim, a nossa concepção de realidade e as nossas interações com a realidade. Sendo que, em cada um dos casos, as tecnologias digitais possuem significado em termos éticos, legais e políticos provocando o enfraquecimento da distinção entre realidade e virtualidade; o enfraquecimento da distinção entre humano, máquina e natureza; a reversão de uma situação de escassez para abundância de informação; e a passagem da primazia das propriedades, individualidades e relações binárias para a primazia das conectividades, processos e redes. Em sequência, a compreensão dessa realidade hiperconectada, fruto da hibridização do mundo biológico, do mundo físico e do mundo digital, exige um repensar das epistemologias e teorias, as quais não conseguem abranger a sua complexidade (Moreira & & Schelmmer, 2020, p. 23).
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